Energia e Mudanças Climáticas são temas de encontro do +SocialGood

Grandes desafios do desenvolvimento sustentável para os próximos 15 anos foram debatidos no encontro São Paulo +SocialGood, promovido no dia 5 de maio, pelo movimento mundial +SocialGood da United Nations Foundation (UNF), e transmitido ao vivo pela internet. Foram realizados três painéis: Energia e Mudanças Climáticas; Empoderamento Feminino e Regras de Direito. O primeiro debate, que teve mediação de Matthew Shirts, coordenador do Planeta Sustentável, contou com a presença de líderes notáveis: – Tasso Azevedo, do SEEG, curador do Blog do Clima e conselheiro da iniciativa; – Gro Harlem Brundtland, representante da UNF e criadora do relatório Nosso Futuro Comum, de 1987, que deu origem ao conceito de desenvolvimento sustentável; – Timothy Wirth, ex-senador norte-americano e ex-presidente da UNF; – José Penido, Presidente do Conselho de Administração da Fibria Celulose S.A.; – Haroldo Machado, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (UNDP), – Beatriz Kiss, gerente de projetos da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O painel foi marcado por otimismo rumo ao acordo global de redução de emissões na COP21, em Paris, em dezembro próximo. “Há 30 anos, sabíamos que o risco do aquecimento global era real e que demandava ação. Hoje, ninguém duvida que as mudanças climáticas estejam em curso. Se alguém tem dúvida, é porque não estudou o assunto o bastante e não ouviu a ciência”, disse Gro. Para Wirth, o último ano trouxe progressos que trazem esperança para os acordos internacionais, como a mudança de postura dos EUA para ampliar a matriz renovável; a Marcha pelo Clima, que levou milhares de pessoas às ruas; e a liderança do Papa Francisco nas questões climáticas. “Nós finalmente temos um momentum: tecnologias limpas, opinião pública crescendo e líderes adotando mudanças corajosas com relação ao clima”, ressaltou. Gro também destacou o comprometimento da China e dos EUA como alavanca para mais países assumirem responsabilidade na redução de emissões. “Muitas nações estavam se escondendo atrás dos maiores poluidores. Agora, são obrigadas a se pronunciar, porque se esconder não é mais opção. Todos são responsáveis em limitar o aquecimento em até 2ºC. Não existe solução se não trabalharmos globalmente”, disse. Brasil na cop21 O protagonismo do Brasil nas negociações de Paris em dezembro é bastante aguardado. “Somos considerados uma ponte que concilia interesses diferentes entre países desenvolvidos e em desenvolvimento, além de uma liderança na América do Sul. O País já aceitou que também é sua responsabilidade reduzir emissões de gases de efeito estufa”, destacou Machado. De acordo com Beatriz, o setor empresarial também está preparado para responder à altura da ambição do acordo global. “A demanda pela redução de emissões vem de investidores, clientes e fornecedores. As companhias não têm escolha se não medir a pegada ecológica dos produtos para se manterem competitivas”, afirmou. Já Penido ressalta que é impossível se dirigir à ação climática sem proteger nossas florestas. “O Brasil tem que adereçar esse assunto na Conferência. É preciso investir em florestas para garantir a água. O Sudeste está enfrentando uma grande crise hídrica porque queimamos nossas florestas irresponsavelmente”, falou. Inovação em energia “A eletricidade corresponde a 20% da energia consumida em todo o mundo. Isso faz dela o melhor meio de chegar à energia sustentável. E o Sol está em todos os cantos, então é a energia mais fácil de obter. Temos que fazer com que países em desenvolvimento que não têm energia pulem o processo das energias fósseis e já façam a transição para renováveis”, disse Azevedo. Como exemplo de inovação no setor, ele destacou a mais recente invenção de Elon Musk: a Powerwall, bateria que permite abastecer uma casa inteira com energia solar. “O mais importante é que essa é uma invenção aberta, o que permite que a tecnologia seja replicada em vários lugares do mundo, garantindo um progresso mais rápido”, disse. Enquanto isso, segundo Beatriz, o Brasil está na contramão no setor energético. “O País sempre foi conhecido por ter uma das matrizes energéticas mais renováveis, mas isso tem mudado graças aos investimentos em combustíveis fósseis. A crise de água que enfrentamos hoje também afeta a matriz hidrelétrica. Os investimentos em energias renováveis estão chegando tarde demais, mas os setores estão se organizando e trabalhando junto ao governo para levar uma proposta consistente a Paris”, avaliou. Fonte: Planeta Sustentável Emissões: assunto de alta relevância na Even Os impactos causados por suas atividades no meio ambiente sempre foram uma preocupação na Even. Tanto que fomos a primeira empresa do setor de construção civil a divulgar um inventário de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) para o mercado. Desde então, outras construtoras também passaram a medir suas emissões, utilizando métodos e cálculos próprios. Em conjunto com o Sindicato da Construção São Paulo (Sinduscon-SP), a Even também participou do processo de elaboração do Guia Metodológico para Inventários de Gases de Efeito Estufa (GEE) na Construção Civil – Setor Edificações, lançado para incentivar mais empresas a realizarem a medição, facilitar o processo e ainda propor um padrão de medição e divulgação.