Hábitos sustentáveis: o que influencia a mudança de comportamento?

Consumir de forma consciente significa buscar equilíbrio entre satisfação pessoal e os impactos de suas escolhas de compra nas relações sociais, a economia e o meio ambiente. Sabendo da importância do consumo consciente como um caminho fundamental para uma sociedade mais sustentável, a Even, em seus empreendimentos, oferece produtos que favorecem o uso consciente de recursos buscando reduzir os impactos negativos. Com o intuito de fortalecer esse posicionamento, a Even desde 2013 é parceira do Instituto Akatu, contribuindo para disseminar sua missão de mobilizar a maior quantidade de atores possível para a transformação de padrões de produção e consumo. Descobertas significativas Abrindo o calendário de comemorações de 15 anos do Akatu, que será celebrado no dia 15 de março, o Instituto publicou um estudo denominado “Caminhos para Estilos Sustentáveis de Vida” – uma pesquisa qualitativa que busca responder à seguinte pergunta: quais são os fatores que aceleram e os que dificultam a mudança de comportamento das pessoas para que elas adotem estilos sustentáveis de vida? O estudo, feito com pessoas de diferentes perfis demográficos, desvendou gatilhos e barreiras para a mudança de comportamento do consumidor na direção da adoção de práticas sustentáveis. Para isso, foram investigadas as práticas cotidianas de consumidores na compra, uso e descarte de produtos em quatro temas: alimentação, roupas, higiene e cuidados pessoais e limpeza da casa. As descobertas foram feitas a partir da análise dos discursos e dos perfis envolvidos. “Separar o lixo” foi identificada como sendo frequentemente a primeira prática sustentável das pessoas. A sua adoção é um bom indicador de que há disposição de ampliar as atitudes sustentáveis, havendo maior facilidade para introduzir outras práticas. Esse indicador pode ser usado para identificar grupos de consumidores com maior potencial para as mudanças de comportamento. Foi detectado ainda que especialmente as pessoas de perfil mais desligado acabam mudando de comportamento, para não destoar do grupo (por norma social ou lei) ou por incentivo financeiro. A dificuldade de mudar hábitos consolidados há muito tempo também apareceu nos discursos, analisados, apenas corroborando uma percepção já reconhecida sobre alteração de comportamentos. Barreiras – O que dificulta a mudança A partir da análise do discurso e da prática dos entrevistados foi possível concluir que são barreiras para a mudança de comportamento: 1. Percepção de desconforto que as escolhas e práticas sustentáveis geram, na medida em que as pessoas tendem a permanecer na sua ‘zona de conforto’ e nas suas práticas habituais, evitando um eventual desconforto causado pela mudança. 2. Obstáculos físicos encontrados em função de idade, saúde ou condição física, tornam mais difícil a adoção de práticas sustentáveis. 3. Obstáculos para a adaptação do espaço em ambientes da casa e, em alguns casos, a falta de espaço pode tornar mais difícil a adoção de práticas sustentáveis. 4. Preço mais alto. A crença de que o que é mais sustentável é mais caro – o que não é necessariamente verdade – atrapalha a mudança. 5. Valorização da limpeza e higiene na cultura brasileira pode levar à resistência em adotar práticas que envolvam alteração na forma de uso (quantidade e frequência) e a redução do consumo de água, energia elétrica e produtos que atendem a essas finalidades. 6. Percepção de impotência, isolamento e desconexão diante do tamanho dos problemas ambientais a serem resolvidos – com a sensação de que a atitude individual pode não impactar o todo. Gatilhos – O que facilita a mudança A pesquisa também indicou, a partir da análise do discurso e da prática dos entrevistados, gatilhos que disparam a mudança de comportamento nas pessoas, facilitando a opção por caminhos mais sustentáveis. 1. Mudar é bom. A mudança é percebida como uma possibilidade de evolução, especialmente se for expressa como uma exemplaridade positiva. 2. Simplicidade é a máxima sofisticação. Práticas sustentáveis podem ser simples de adotar e tornar a vida mais fácil, podendo ser até mais divertida. 3. ‘Moeda’ de troca. Toda mudança envolve uma troca ou negociação: abre-se mão de alguma coisa e tem-se um ganho claro e perceptível. É preciso ficar claro o balanço positivo dos impactos reais derivados da mudança de comportamento. 4. Bom para o bolso. A economia financeira é uma importante moeda de troca e, por si só, um poderoso gatilho. 5. Praticidade e conforto. Produtos e serviços associados a práticas sustentáveis serão mais atraentes se deixarem claros a praticidade e o conforto na sua utilização. 6. Toda viagem começa com o primeiro passo. Adotar apenas algumas práticas sustentáveis, mesmo que com pequenos resultados de cada uma, é melhor do que tentar fazer todas e desistir. 7. Oportunidade de contribuição. Muitas pessoas querem contribuir para um mundo melhor, mas não sabem como. O engajamento individual e a percepção de que a mudança coletiva tem início na contribuição de cada um são oportunidades observadas na adoção de práticas sustentáveis. 8. Experiência e vivência. A prática é mais inspiradora do que o discurso. As pessoas se motivam ao participar diretamente da criação da mudança e da vivência de seus impactos. 9. Faço parte de algo maior. Entender que os praticantes são os protagonistas da mudança, que são parte de algo maior e estão interconectados com o coletivo facilita a adoção de práticas sustentáveis. Clique aqui e acesse a pesquisa completa.
Fonte: Instituto Akatu